sexta-feira, dezembro 11, 2009

Andava assim cambaleante o menino, sem um destino certo. Era ele e a dor carregada naqueles largos sofridos ombros. Mas quem era essa tal dor tanto sentida através de seus olhos? Talvez fosse a própria felicidade tanto almejada e até então não encontrada. E quando o menino encontrava o céu, encontrava também a vida. E tudo aquilo que ele não descobria em si, era descoberto nele mesmo naquele singelo momento. Mas o céu a ele não pertencia. Apareceu-lhe então a menina, exibindo toda a sua falsa alegria. Ela queria demonstrar toda a doçura que seus olhos jamais ousaram provar, mas não conseguia. Tudo o que pode foi segurar a mão, assim de mansinho, de seu pequeno novo amigo. Olhou para o céu também, e assim surgiram as borboletas. Voando tão mansinhas quanto suas mãos, tranquilas e brilhantes. E trouxeram consigo dois desmedidos sorrisos. Borboletas colossais eram elas, pulcras e amarelas. E o que tinham ali, era uma amizade tão bela e delicada quanto suas asas. Desapareceu então, toda a tristeza e solidão do menino, e toda a falsa alegria da menina. De repente nada mais importava para os dois. Tudo o que sobrara era seu novo mundo, de mãos, borboletas, de céu e sorrisos.